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Dentistas alertam que antissépticos bucais não substituem escovação nem curam hálito ruim

Eles prometem eliminar os germes que causam cáries e mau hálito, proteger as gengivas e clarear os dentes.

Mas dentistas alertam que antissépticos bucais de venda livre apenas complementam a higiene, e o que funciona é a escovação diária e o uso de fio dental. São tantos produtos no comércio, com álcool ou sem – alguns só para crianças -, que o consumidor fica sem saber se vale a pena bochechar. Para não correr o risco de gastar dinheiro à toa e ainda ter problemas como irritação da boca, é melhor consultar um dentista.

Evitar o mau hálito é o motivo que mais leva o consumidor a usar os antissépticos bucais, e a periodontista e especialista em implantes Maristela Lobo diz que eles não resolvem o problema, que em 90% dos casos tem origem em áreas com tártaro. Segundo a dentista, os produtos para bochechos apenas atenuam o odor desagradável.

– Quando a placa bacteriana já se formou, dificilmente os antissépticos ajudam porque os germes criam uma capa que impede a ação das fórmulas – explica a dentista. – Se a pessoa não escova bem os dentes e não usa o fio dental depois das refeições, nem adianta bochechar. Os produtos não acabam de vez com germes nocivos e, em excesso, ainda podem provocar desequilíbrio da flora bacteriana na boca. Há quem acredite que o fato de a fórmula arder na boca, devido à presença de timol e eucaliptol, significa que ela matou tudo – diz.

Maristela só indica os antissépticos em duas situações: ao acordar, quando a pessoa não quer escovar os dentes antes do café da manhã, e no consultório dentário para consulta. E alerta: algumas soluções compradas em farmácias contêm clorexidina (também presente no Merthiolate) e são indicadas por curto período depois de cirurgias na boca. Mas há pessoas que aplicam esse produto além do recomendado ou nem precisam dele:

– Isso pode causar descamação da mucosa, alterar o paladar e até mesmo manchar os dentes.

Apesar de existirem produtos específicos para crianças, fabricantes não os recomendam para menores de 12 anos. Agora foi lançado no Brasil um para crianças a partir de 6 anos, para o bochecho com acompanhamento do dentista e dos pais. O Listerine Agente Cool Blue é indicados antes da escovação e ele marca a placa bacteriana em azul, mostrando à criança a área que precisa de maior cuidado. E tem ainda o Colgate Plax Kids, com flúor.

– É uma opção interessante, porém o produto só mancha a área muito atingida ou suja, e as outras partes com placa podem ficar escondidas. Por mais seguro que seja, os pais devem ficar atentos para a criança não engolir a substância. O excesso de flúor causa intoxicação e doença óssea – diz Maristela.
Um produto para cada situação

Quanto aos antissépticos que prometem clarear, isso é diferente de branqueamento, que só é obtido com tratamento específico, diz o dentista Newton Miranda de Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Odontologia. Ele também defende que esses produtos sejam aplicados com orientação, e reforça que os bochechos não substituem a escovação e o uso de fio dental.

– As pessoas fazem tudo correndo, comem qualquer coisa na rua, estão perdendo o hábito de escovar os dentes após as refeições e acham que os bochechos limpam. Há várias fórmulas e é importante saber qual é a indicada em cada caso, até para evitar o desequilíbrio de flora microbiana oral.

Os produtos com álcool podem causar irritação e ressecam a boca, mas isso não está diretamente relacionado a câncer, comenta Miranda. O dentista José Eduardo Pelino, gerente de assuntos profissionais e científicos da Johnson & Johnson no Brasil, que tem a linha Listerine, lembra que a fórmula existe há mais de um século no mundo e é segura, sendo indicada no complemento da escovação e depois do uso de fio dental. O fabricante recomenda bochechos por 30 segundos com 20ml, duas vezes ao dia:

– Nosso corante é o mesmo da indústria de alimentos e a presença do álcool não causa danos porque ele é diferente do usado em bebidas e artigos de limpeza; serve para diluir os óleos essenciais – assegura Pelino, que descarta o risco de um desequilíbrio da flora bacteriana da boca. Quanto à sensibilidade à fórmula, o dentista diz que pode acontecer, mas é rara.

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